sábado, 9 de janeiro de 2016

Psicossíntese - Roberto Assagioli


"Somos dominados por tudo aquilo com que nosso eu se identifica. Podemos dominar e controlar tudo aquilo de que nos desidentificamos".
"Neste princípio, reside o segredo de nossa escravização ou de nossa liberdade", continua Assagioli. Sempre que nos identificamos com uma fraqueza, um defeito, um medo ou qualquer emoção e impulso pessoal, nos limitamos e paralisamos. Ao afirmar: "Estou com medo, estou irritado", ficamos mais e mais dominados por aquilo que sentimos no momento como se não houvesse nenhuma saída e nenhuma outra possibilidade de sentir. Desta forma, colocamos em nós mesmos os nossos grilhões. É como se fôssemos o medo, a ira, o desespero sem nenhuma outra alternativa que não a submissão a estes estados.
Quando, pelo contrário, podemos reconhecer que um estado de medo, de ira e ou de desespero se apresenta e dizemos para nós mesmos ou para os outros "Uma emoção de medo está se aproximando" ou "Um estado de raiva está se apresentando", a situação é muito diferente. Temos duas forças que se defrontam. De um lado, nosso "eu" vigilante e de outro o medo ou a raiva.
O "eu" vigilante não se submete a essa invasão. Ele pode, objetivamente, examinar o que está acontecendo, pode averiguar o que faz com que esses estados de medo ou ira sejam evocados, pode reconhecer seus fundamentos e/ou seu real significado. Pode trabalhar ativamente o estado presente sem reprimi-lo e sem submeter-se totalmente a ele.
O resultado do reconhecimento da identificação é a chave para que possamos não só sentir e reconhecer os aspectos limitantes de nossa personalidade (fase fundamental para que saibamos o que trabalhar internamente no processo de crescimento e desenvolvimento) como também nos favorece uma desidentificação paulatina. Deste modo, estamos mais centrados para lidar com a emoção presente da forma mais saudável possível.
  Roberto Assagioli

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