Os termos "compaixão" e "piedade"
muitas vezes são usados com o mesmo sentido, precisamos entender a diferença
que existe entre os dois para podermos distinguir entre o amor cheio de
compaixão e a sua imitação.
A compaixão concede-nos poder porque nos
ajuda a aprender as lições espirituais inerentes a todas as nossas
dificuldades. A compaixão não coloca nos outros a culpa pelas circunstâncias
nas quais nos encontramos, mas nos mostra que são as nossas reações a estas
circunstâncias que realmente são importantes. A compaixão nos faz subir a um
nível mais elevado, de onde podemos enfrentar a situação com uma perspectiva
renovada.
Por outro lado, a piedade humana nos permite
fazer o papel de vítima. Ela nos encoraja a condescendermos na autopiedade e a
permanecermos onde estamos. A piedade cria a tentação de fugirmos da realidade,
em vez de enfrentá-la.
A piedade pode fazer com que nos sintamos
bem por um momento mas, a longo prazo, não ajuda o nosso crescimento
espiritual. Se os pais por complacência mimam uma criança, protegendo-a das
dificuldades e da luta necessária para amadurecer e desabrochar, ela pode nunca
chegar a crescer. Não importa que idade tenha, se não se esforçar para aprender
as lições do coração, este nunca amadurecerá.
Nem sempre conseguimos perceber quando
estamos presos ao círculo vicioso da piedade, em vez de expressarmos a
compaixão, especialmente nos relacionamentos mais íntimos. Como saber ao certo? Uma
pista é que a compaixão nos enche de energia e a piedade nos exaure. A
compaixão nos faz sentir apoiados e fortalecidos, enquanto a piedade nos torna
rígidos.
Num relacionamento baseado na compaixão, as
duas pessoas têm espaço para ser quem realmente são. Respeitam as necessidades
um do outro e ajudam o desabrochar um do outro. A compaixão, por ser amor, gera
crescimento. Num relacionamento baseado na piedade, uma ou as duas pessoas
sentem-se frustradas, tolhidas e sem criatividade, a piedade gera relacionamentos
de co-dependência.
Para termos relacionamentos saudáveis é
muito importante cultivar a nossa relação com o nosso Eu Superior, e ajudar
nosso parceiro a fazer o mesmo. Esta nossa conexão interior forte é o que nos
sustenta na nossa jornada de amor.
Se permitirmos que alguém dependa de nós
para garantir-lhe felicidade, estabilidade e auto-estima, não estaremos fazendo
nenhum bem a esta pessoa. Podemos e devemos incentivar, dar apoio e encorajar
as pessoas, mas nada do que façamos poderá substituir a vontade de crescer da
própria pessoa. Na senda da mestria pessoal, cada um precisa construir o seu
relacionamento pessoal com Deus.
Livro : “Alquimia do Coração”
Viva
as perguntas agora :
- Como posso colocar em prática
essas lições nos meus relacionamentos ?
- Avalie a qualidade dos seus
relacionamentos. Faça uma lista dos principais relacionamentos da sua vida
neste momento. Será que você se preocupa demais com alguém ou será que existe
alguém que seja superprotetor em relação a você? Será que existe alguém que
precise de que você o ajude de forma mais compassiva, atribuindo-lhe mais
poder, em vez de fazê-lo com piedade e tornando-o dependente?
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